quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vento de maio...

Noite evolando no ar... frio ar de outono.
Há algo de sóbrio e de lírico nesses dias quando o outono já vai em meio. Dias de maio... tardes de maio... vento de maio. Que toca a pele como dedos de huma amante delicada.
Muitos não gostam de dias assim. Preferem o abafado calor do nosso verão tropical. Não os culpo. Tempo de calor é tempo de sair e desfrutar a vida. Mas também há algo a se desfrutar em huma tarde fria... Somente a necessidade de se aquecer já vale a pena o frio que corta a pele. Quando nos aquecemos ao sol não porque ele está lá... mas porque sua luz morna vem deliciosamente nos proteger da brisa fria. Tempo de chocolate quente... de assistir filmes debaixo de edredons. De curtir a proximidade de alguém. De assistir as belas manhãs azuis. Pois as manhã são sempre mais azuis nos dias mais frios.
São Paulo fica maravilhosa nessa época.
E o vento...
Ah... o vento... que balança as copas da árvores derrubando folhas secas no chão. Nos proporcionando esse tapete dourado que estala aos nossos passos... o vento que sibila aos nossos ouvidos e nos convida à fantasia.
Quando sinto na pele esse ventro fresco numa tarde de maio quase posso ouvir a voz de Elis sussurrando em meu ouvido:

– Vento de maio... rainha dos raios de sol...

Sim... o vento nos convida à fantasia. Não a toa grande parte dos cenários oníricos estão ligados à brisa fresca e folhas no chão. Feche os olhos nessa tarde e sinta a brisa acariciar o rosto. Imagine o horizonte... o que vem lá? Não são pássaros rodopiando e cantando a melodia que o vento acompanha? Nao são núvens brancas planando à superfície da água? Olhe novamente... não... são cavalos correndo livres quase voando nesse horizonte onde tudo é possivel.
E a sua imaginação corre solta com esses cavalos revoltos. Há música no ar... notas etéreas de huma sinfonia que invade os ouvidos e anuvia o pensamento. E o perfume.. não sente esse aroma de sândalo que o vento parece trazer de odaliscas em huma noite árabe?

Vento de maio...

Assim nasce mais huma fantasia. Assim viaja mais huma vez os sentidos.
Há sempre algo de belo escondido numa tarde de hum dia qualquer.

Vamos aproveitar hum pouco mais os poucos dias frios que esse país tropical nos proporciona todos os anos?

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