Não foram as mulheres, porque mulheres, que votaram em Dilma, nem Lula foi eleito pelos mais pobres e necessitados e operários, os quais defendeu em tempos de sindicância. Não somente.
Por mais que vivamos uma democracia, os eleitores são direcionados durante a campanha eleitoral a votar num ou noutro, pois os candidatos também direcionados por pesquisas tentam convencer o eleitor ao saber o que ele quer. Os candidatos não apresentam ideias, cria-se polêmica, parte-se para a agressão, apresentam-se dossiês, joga-se com a moral. Infelizmente foi o que vimos.
Num país tão necessitado como o nosso, que paradoxalmente riqueza e fortunas convivem com pobreza e miséria, as promessas de campanha acabam sendo o básico, mínimo que governos seguidos já teriam feito se pensassem em governar com visando o todo. E pior, muito do prometido, talvez nem se cumpra.
Educação, saúde, segurança, saneamento básico não deveriam ser promessas de campanha, nem mesmo projetos de governo. Isso é dever e obrigação mínima de quem governa. E num país grande e rico como o nosso que arrecada muitos impostos, isso não deveria mais faltar ao povo. Além disso, são problemas que não cabem somente ao presidente, mas aos deputados, senadores, governadores e prefeitos com projetos, leis, ações e vontade política.
As pesquisas procuram saber o que quer o povo, e assim, para ganhar votos, candidatos falam o que os pesquisados querem ouvir.
Neste cenário vazio de idéias e de partidos sem nenhuma ideologia, com um marketing caro vendendo um candidato feito produto, ficamos um pouco insatisfeitos. Eu, às vésperas do pleito não sabia em quem votar, quase anulava meu voto. Não senti em nenhum deles a empatia e a confiança de pudessem ser o governante que o país realmente precisa. E penso: este candidato existe, hoje, no país?
Acabamos escolhendoo que achamos 'menos pior'. E foi o que fiz, preferi apostar na continuidade do governo de Lula, ao continuísmo do PSDB que temos aqui no Estado de São Paulo. Isso é votar? Não sei... mas o cenário político nos leva a isso.
Ao ver Dilma Roussef vencer e ao ouvir o discurso de quem se elegeu a primeira mulher presidente, que promete acabar com a miséria, promete que o povo passará a ter vida mais digna, promete fará o seu melhor - e para isso tem todas as condições, inclusive políticas, todas a seu favor -, confesso que senti uma esperança nascer em mim. Naquelas palavras, não havia a necessidade do convencimento daqueles que a ouviam, não senti isso, mas me parecia a vontade de quem realmente quer fazer, quer realizar.
Não sei se é ingenuidade de minha parte, já há muito desacreditada dos nossos políticos, mas meu desejo é que discursos se concretizem, que palavras tornem-se realidade e que nosso país seja mais digno, sem divisões de qualquer tipo.
O Brasil é um todo e esse todo somos nós. E em cada um de nós há um coração e o sentimento de querer ver a nação próspera. Próspera e digna, principalmente do povo que tem.
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