sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A vida na telinha


Em 85 não havia celular. Até mesmo o telefone fixo era hum luxo para poucos.
Hum adolescente saía de casa, visitava os amigos, jogava huma bola, namorava, chegava tarde em casa... e isso era a coisa mais normal.

Hoje, se o adolescente sai sem o celular, é motivo de pânico para os pais. Em pouco mais de 30 anos, a tecnologia mudou o comportamento, a cultura e a vida de milhões de pessoas. E o telefone celular é peça chave nessa mudança cultural.

Muitas pessoas hoje "carregam a vida" dentro do aparelho. Nada de agendas em papel, lembretes de aniversários, caderno de telefones.... nada de papel... está tudo ali, dentro daquela pequena maquininha... menor que hum maço de cigarros. O telefone celular se tornou peça essencial do cotidiano. Eu mesmo me sinto perdido quando, por algum motivo o esqueço, ou simplesmente quando acaba a bateria. É interessante essa maneira como nos entregamos às novas facilidades que a tecnologia nos proporciona. O que é criado para ser apenas hum objeto de conforto ou apenas mais hum luxo, acaba se tornando essencial... levando à huma mudança em nosso comportamento.

Eu mesmo sou hum entusiasta de novas tecnologias. Troco meu celular praticamente todo ano... e mal está em minhas mãos já imagino o próximo que vou pegar. Sou hum daqueles que procuram convergir para o celular tudo o que for possível. Em minhas viagens é meu telefone, meu tocador de música, meu GPS, minha filmadora, minha câmera fotográfica (ok... eu tenho huma câmera melhorzinha para fazer as fotos de viagem... mas o celular ajuda).

Mas vez ou outra aparece aquela sensação de que a tecnologia nos aprisiona. Nos tornamos dependentes dela não por necessidade, mas por puro conforto ou sensação de "status". Celular não precis ser huma maquininha mirabolante. Basta que funcione bem para fazer ou receber ligações... para isso foi criado, não? Mas hoje até TV assistimos nele. É huma necessidade mesmo do século XXI? Ou huma vaidade a mais?

Não sei... mas de qualquer forma preciso terminar o texto aqui... meu telefone está quase sem bateria e esqueci meu carregador em casa... preciso correr urgentemente atrás de hum!

Cadê meu celular?

Se por algum motivo tivéssemos que passar uma semana sem nosso celular, como seria? O que será que você pensou?

Bom, para alguns acredito que seria um sossego, pois o celular nos encontra em qualquer lugar e, para quem trabalha com um, não há descanso e não adianta desligar - ele vai tocar (e tem a caixa postal!).

No entanto, mesmo que não precisemos dele para o trabalho, quantas vezes não houve a necessidade de avisar alguém sobre um incidente, um atraso, pedir uma ajuda ou aguardar um chamado? Sim, e se furar o pneu? E acabar a gasolina? E perdermos a hora? E se..., se..., se...? É, o celular é tudo nessas horas e em muitas outras.

Conclusão: ele é hoje muito importante para nós. Disso não há dúvida.

Eu, particularmente, uso o meu como um telefone somente, até mando torpedos, tiro fotos, mas confesso, nem música ouço. Vejo tanta gente ouvindo música ou mandando mensagens para sites de relacionamentos, conversando na internet, guiando-se com o GPS (útil demais, diga-se de passagem). Enfim, hoje existe uma infinidade de serviços oferecidos através de um celular, ali na nossa mão! Mesmo assim não me sinto atraída por tudo isso, pelo menos, ainda não!

Concordo que, como meio de comunicação e pela praticidade oferecida, ele está aí pra não nos deixar, porém, isso tudo acompanha tarifas altíssimas, planos caríssimos aos quais você é obrigado a adquirir, quando gosta daquele celular lindo e top de linha. É, pagamos um preço pelo que nos facilita a vida. Aliás como tantas outras coisas que poderiam ser mais acessíveis. E não são.

E antes de voltar àquela minha pergunta, faço outra pergunta. Como vivíamos sem um celular tempos atrás? Pelo que me lembro, eu vivia bem e feliz. Não sei se chega a ser ingenuidade meu questionamento, pois vivemos outros tempos, mas é certo que o homem é quem cria exigências e necessidades para o próprio homem.

Gastamos dinheiro trocando celulares sem quase usá-los, adicionando serviços por facilidade ou comodidade mesmo, pagando contas muito altas. E fica a sensação de sempre estarmos correndo atrás do tempo, com urgência e pressa, como se um telefone imaginário tocasse e eu precisasse atender logo, porque algo importante e horrível demais pudesse acontecer, se eu não chegasse àquela tecla.

Será que estamos vivendo um tempo em que ficar só, no silêncio, incomoda? Talvez. Mas esse já é um outro assunto...

Consumo, necessidade, companhia, segurança, facilidades - tudo tem seu lado bom e ruim, e o celular que hoje representa tudo isso, e mais, também, claro.

E nunca saberemos, mas estamos aí, querendo ou não, seguindo a vida em meio ao que ela vai nos oferecendo em termos de tecnologia. E isso não tem volta, ao contrário.

Agora, voltando à primeira pergunta que fiz, eu arrisco dizer que não ter o celular ali do lado, próximo dos meus olhos seria muito estranho, haveria um certo vazio, não sei bem...

Hoje, o celular é parte da nossa rotina, da nossa vida, mesmo para quem, como eu, que como dizia.. Ah! Espera aí, espera um pouco, que a bateria do meu celular está acabando!

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